domingo, setembro 06, 2009

Porque vou votar PSD.

Conforme se vai aproximando o dia 27 de Setembro vou me apercebendo da urgência de votar no PSD. Não acho que Manuela Ferreira Leite seja a panaceia para todos os males do país. Acho que é melhor do que a maioria dos barões do partido. É uma mulher séria, honesta, com um currículo fora da política e que encara a política como um serviço e não como sustento ou trampolim. Enfim, o contrário de José Sócrates.

Também é verdade que MFL tem cultivado esta imagem. Parte da sua campanha passa por se mostrar como o oposto de Sócrates. Enquanto o primeiro-ministro aposta tudo no espectáculo, nos media, na imagem, MFL dá uma imagem de quem lá está para trabalhar. Enquanto o primeiro ministro tem atrás de si uma aura de suspeição (caso da U. Independente, caso Freeport, caso das casas na Covilhã) a líder do PSD passa uma imagem de honestidade e seriedade. Mesmo nas questões dos "valores" Sócrates apresenta-se como um progressista, sedente de agradar as minorias, enquanto MFL mostra-se "conservadora". Não digo que MFL não seja estas coisas todas, mas não tenho dúvidas que as tem usado para marcar bem a diferença entre si e JS.

Mas é injusto reduzir o voto no PSD apenas ao voto útil. A verdade é que este programa do PSD (embora os programas costumem valer apenas o papel em que estão escritos) é bastante razoável. Curto, sem grandes promessas, aposta no apoio às PME, consagra a família como célula base da sociedade e tem um primeiro ensaio de liberdade de educação (escolha da escola, adaptação dos currículos pelas escolas).

Para além disso, embora se rodeie mal, Manuela Ferreira Leite é de facto a melhor de entre os candidatos. Portas, embora tenha um bom programa, é um homem demasiado tortuoso. Acha que vale tudo para chegar ao poder, na lógica de que é melhor um governo com o CDS do que um governo entregue ao PSD ou ao PS. Já MFL têm tido a coragem de defender ideias que não são populares e tem um passado político como pessoa séria e sem medo de defender aquilo que acha melhor.

Mas confesso que a grande urgência em votar no PSD vêm da urgência de derrubar este governo. Ao longo de quatro anos e meio José Sócrates tem promovido uma guerra sem quartel à família. Primeiro a lei da PMA que permite a utilização de embriões para experiências. Depois a lei do aborto a pedido, que já vitimou milhares de bebés em Portugal. A lei do divórcio, que alterou a natureza do próprio casamento, esvaziando os deveres que lhe são próprios até o transformar no reconhecimento jurídico de um sentimentalismo que têm a duração de uma sensação. As uniões de facto equiparadas ao casamento, que Cavaco Silva vetou, que era uma forma não só de esvaziar ainda mais o casamento, mas de criar a ideia de uma igualdade entre a união entre homem e mulher e a união de duas pessoas do mesmo sexo. Por fim, a promessa de tornar legal o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Na educação assistimos a tentativa de estatalizar mais a educação com uma avaliação dos professores baseada não em critérios de qualidade, mas nas notas dos alunos. Cortes nos apoios ao ensino privado. Um facilitismo cada vez maior nos exames a nível nacional. A nova lei de educação sexual, que é simplesmente vergonhosa, tirando aos pais a possibilidade de educarem os seus filhos nos valores que consideram melhores.

Mas, mais grave do que tudo isto, o ambiente de, para usar as palavras de Manuela Ferreira Leite, asfixia democrática em que vivemos. Estamos perante um governo fez pressão junto de directores de jornais para não criticas o governo. Que paga anúncios em forma de noticia no JN. Que acha normal a polícia ir aos sindicatos verificar quem participou em manifestações contra o governo. Que insulta e ameaça meios de comunicação social. Que têm a maior parte dos media a fazer-lhe publicidade. Um primeiro-ministro que impunemente aprovou grande obras que alteravam reservas ambientais quando estava num governo de gestão, que se licenciou a um Domingo. Um partido que, depois de colocar boys na Caixa Geral de Depósitos, conseguiu dominar o maior banco privado português. Enfim, o que torna mais urgente a derrota do PS dia 27 é a impunidade com que eles controlam o país, não para o bem deste, mas para seu proveito.

2 comentários:

Luís Froes disse...

Apoiado!

Matilde disse...

Neste momento em que a minha melhor amiga vai votar PS, acho que esta exposição pode ajudar pelo menos a repensar.

Um obrigado.

Matilde