sexta-feira, julho 03, 2009

Cornudos

Ontem andou o país muito alvoraçado porque um ministro fez uns corninhos a um deputado. Tal foi o escândalo que o senhor ministro acabou por se demitir.

Ora, como é que após quatro anos deste governo se pede a demissão de um ministro por algo tão insignificante?

Temos um primeiro ministro que acabou a licenciatura num domingo, que assinou projectos de arquitectura que não fez, que aprovou uma grande obra privada quando o governo estava demissionário, que aprovou uma lei anti-tabaco para depois a violar, que diz que há assuntos sobre os quais não têm que prestar contas à A.R., que constantemente insulta os deputados e adversários políticos, que ameaçou jornalistas e directores de meios de comunicação, e depois demite-se um ministro por um insulto sem graça?

Este governo prometeu que nunca faria um aeroporto em Alcochete, depois afinal faz lá porque é mais barato, mas gasta a diferença a criar infra-estruturas desnecessárias na Ota. Este governo elegeu como prioridade o TGV e afinal este foi adiado. Anunciou a avaliação dos professores como ponto de honra e depois suspendeu-a. Contratou uma empresa privada para distribuir computadores as crianças, por ajuste directo, para depois essa empresa não pagar o que deve ao fisco. E depois demite-se um ministro porque perdeu a cabeça?

Um ministro que já tinha dito que valia a pena investir em Portugal porque a mão de obra era barata, que já anunciou duas vezes o fim da crise, que insultou um candidato ao PE e só agora é demitido?

Eu não sou adepto das teorias da conspiração, mas quase aposto que o primeiro-ministro rejubilou quando viu o ministro Manuel Pinho a fazer aquele disparate. É que finalmente pode ver-se livre dele, que era um clarissimo risco em tempo eleitoral, sem ter que arranjar um explicação manhosa.

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