quinta-feira, março 26, 2009

Literatura Infatilizada

Ontem à noite entrei na Bertrand do Campo Pequeno para comprar um livro para o meu irmão Manel que fez oito anos. Como já lhe tinha dado dois livros de "As Crónicas de Narnia" pensei comprar-lhe o "Príncipe Caspian".

Entrei então na livraria e dirigi-me à secção de livros para crianças onde só encontrei o segundo e o sétimo livro das Crónicas. Perguntei à senhora se só tinham aqueles ao que ela me respondeu que como se vendiam muito bem nem sempre conseguiam repor o stock e por isso só tinham aqueles.

Procurei então o "Harry Potter e a Pedra Filosofal" mas nada. Só tinham também, mais uma vez, o segundo e o sétimo. Continuei à procura, a ver se via algum romance de capa e espada giro para um miúdo de oito anos. Mas nada, nem Sadonkam, nem Ilha do Tesouro, nem Robin Wood.

Pensei então na Enid Blyton, mas escusadamente. Havia vários livros de "Uma aventura" e de um clube dos quatro com ar bastante irritante. Mas o mais próximo da Enid Blyton eram os livros do Noddy.

Por fim lembrei-me de procurar por Sophia. Pensei que o "Cavaleiro da Dinamarca" era capaz de ser engraçado para o meu irmão. Como não encontrava nenhum livro de Sophia perguntei outra vez à senhora da livraria onde estavam (nunca me passou pela cabeça que uma livraria com tanto livro infantil estúpido não tivesse o "Cavaleiro da Dinamarca"). A resposta pronta da senhora foi que não tinham nenhum porque não trabalhavam com a Figueirinhas.

Não quero fazer um post do género arrogante literário "como é possível que não tenham Dostoievski no original" mas acho que não é admissível que a Bertrand tenha tanto livro infantil e não tenha livros básicos como os Cinco ou a Menina do Mar.

É natural que em Portugal se leia mal quando as próprias livrarias baixam os braços e só oferecem porcaria para os miúdos lerem.

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