quinta-feira, janeiro 29, 2009

Harry Potter

Acabei de ver que o Padre Peter Fleetwood, que foi o representante do Papa numa conferência de imprensa que marcava um lançamento de um documento sobre o "New Age", declarou em 2003 que não havia mal nenhum em Harry Potter. Disse ainda que J.K.R. era uma escritora cristã.

Confortou-me bastante ler esta noticia do Zenit, pois sempre achei que a saga de Harry Potter valia a pena ser lida. Muito especialmente o sétimo livro.

Os livro de Harry Potter estão claramente mais próximos de "O Senhor dos Anéis" ou das "Crónicas de Narnia" do que da abundante literatura infantil new age que poluem as livrarias. Não digo que se possa pôr J.K. Rowling ao nível de Tolkien ou Lewis, mas percebe-se que ela claramente foi buscar inspiração a este autores.

A magia no mundo de J.K.R. não têm nada a ver com artes místicas ou com sobrenatural. É um dom que se possui ou não. Aliás, é muito marcada nos seus livros que tenta realizar os seus desejos através de "bruxaria" acaba por perder-se.

Em Harry Potter o problema humano não é resolvido com magia. Apesar de toda a magia existe a morte e o sofrimento. Aquilo que sempre me comoveu neste livros foi a humanidade das personagens. Nos primeiros livros os seu problemas banais: as discussões entre amigos, os dramas com a família, os problemas com os professores, as brigas na escola.

Mas conforme os livros foram evoluindo também as personagens o foram. De tal maneira que acabam defrontadas com o drama da morte e perante a escolha entre o bem e o mal. E em todos estes problemas a magia não entra.

Podemos ver em toda a luta contra Lord Voldemort uma companhia humana, cheia de fraquezas e imperfeições que se deixa guiar por Dumbledore. Um homem grande, não pelo seu poder, mas pelo seu perfeito conhecimento da humanidade de cada um. Uma das coisas mais impressionantes deste livro é ver como o director de Hogwarts consegue de facto ver mais longe.

Por fim, o sétimo livro é muito bom. A ideia de todo o livro é a do sacrifício. Contra a ideologia de um "bem maior" apresenta-se o idealismo de luta pelos seus amigos. De tal forma que no momento final a vitória vêm, não da magia, mas do sacrifício de Harry, que dá a vida pelos seus amigos.

Não digo que Harry Potter não tenha defeitos, ou que não possa levar as crianças a acreditar em magia ou a embarcar numa onda "New Age". Mas isso é o risco que se corre ao dar um livro a uma pessoa: que ela não o compreenda.

A mim parece-me que são livros de facto cristãos. Um livro que ensina que acima de todo o poder do mundo, de todo o poder do mal, está a liberdade do homem que pode sempre escolher o bem, vale a pena dar às crianças.

1 comentário:

Vida Universitária disse...
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