domingo, novembro 16, 2008

Movimento Perpétuo Associativismo - Deolinda



Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

Agora não, que é hora do almoço...
Agora não, que é hora do jantar...
Agora não, que eu acho que não posso...
Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos vencer!

Agora não, que me dói a barriga...
Agora não, dizem que vai chover...
Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, é esta a direcção!

Agora não, que falta um impresso...
Agora não, que o meu pai não quer...
Agora não, que há engarrafamentos...
Vão sem mim, que eu vou lá ter...

Manisfestações

A revolta dos alunos que estoirou esta semana foi coroada com nova manifestação de professores este Sábado. A mim ocorreram-me várias ideias depois desta semana tão atribulada.

Primeiro é que este modelo de avaliação é de facto ridiculo. Não concordo que qualquer avaliação é melhor que nenhuma. Uma avaliação que incluis dias de trabalho é simplesmente ridícula. Para além disso, qual é o critério pelo qual uma professor de uma matéria cientifica avalia uma professor de humanidades?

Contudo também me choca ver que numa semana onde a escola ocupou os telejornais não exista uma palavra sobre educação. De facto os professore e os sindicados não falam de educação.

Quanto aos alunos. Embora me pareça justo que se manifestam contra o facto de as faltas justificadas serem iguais as faltas injustificadas para efeitos do exame, vemos que se manifestam sem um ideia. Perante uma escola cada vez pior os alunos saem à rua apenas para resmungar com as faltas.

Para além disso, embora não entre em teorias da conspiração, a maior parte daqueles que se manifestaram claramente só o fizeram porque é mais divertido do que ir às aulas.

Por fim, é inacreditável que o Governo perante 110 mil manifestantes se limite a dizer que são "radicais" e "manipulados" pelos sindicatos. Mas como o PSD está demasiado ocupado a dizer mal da sua presidente e como cada fez que Manuela Ferreira Leite fala os jornais ignoram, o governo pode dizer o que quiser, pois têm a eleição mais ou menos garantida.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Viva la Vida - Coldplay



I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning I sleep alone
Sweep the streets I used to own
I used to roll the dice
Feel the fear in my enemy's eyes
Listen as the crowd would sing:
"Now the old king is dead! Long live the king!"
One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt, and pillars of sand

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
Once you go there was never, never an honest word
That was when I ruled the world

It was the wicked and wild wind
Blew down the doors to let me in.
Shattered windows and the sound of drums
People couldn't believe what I'd become
Revolutionaries Wait
For my head on a silver plate
Just a puppet on a lonely string
Oh who would ever want to be king?

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world

(Ooooh Oooh Oooh)

Hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
I know Saint Peter will call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world

Demorei muito tempo a decidir se punha ou não esta música aqui no blog. Depois de alguma investigação descobri que afinal a música valia a pena ser ouvida.

Embora o album seja a "festejar" a revolução francesa esta música fala-nos sobre Luís XVI depois de perder o poder. O albúm, que se chama "Viva la Vida or Death and all his friends" é sobretudo sobre a fragilidade da vida e sobre a inivitabilidade da morte.

Vale a pena ouvir a música com atenção, pois ajuda-nos a relembrar a fragilidade da condição humana. A música fala, antes de qualquer questão política ou histórica, de um homem que se dá conta que, apesar de ter sido um rei poderoso, vai ter que prestar contas ao Senhor.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Habemum Nuncio

A Santa Sé anunciou oficialmente que o Papa nomeou o Arcebispo Rino Passigat Núncio Apostólico em Portugal.

o monsenhor Rino Passigat sucede ao monsenhor Alfio Rapisarda, que resignou ao cargo por ter atingido 75 anos.

Do anterior Núncio ficam-me duas memórias. Primeiro a missa que ele celebrou no 7º dia após a morte de don Giussani. A sua pregação e paternidade foram um consolo para todos aqueles que tínhamos perdido um mestre e um pai.

Lembro-me também de o ver crismar um grupo, onde a maior parte eram meus amigos, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Encarnação.

Rezemos por Dom Alfio, agradecendo o dom do seu magistério e também por Dom Rino, para que o Senhor o sustente nesta nova missão.

sexta-feira, novembro 07, 2008

"Verdades?"

Hoje apareceu nos jornais a notícia de que Sarah Pallin não sabia que África é um continente. Não há nenhuma prova deste facto, mas como os jornais disseram passou a ser "verdade".

Isto é apenas mais uma história que os media inventaram e que passaram ser verdade. Na América não faltam exemplos. Basta ver que todos os jornais explicam que a vitória de Obama foi esmagadora quando na verdade, percentualmente teve o resultado inferior a George W. Bush em 2004 (embora em absoluto tenha tido mais votos, pois houve mais votantes).

Outro destes casos, que passou a "verdade", é a suposta eleição de Bush em 2000 com menos votos que Al Gore. Não nenhum dado que suporte este facto, sendo que das mesas de votos na Florida cujo o resultado não foi contado, a maioria eram Republicanas.

Mas isto não é só na América, também acontece muito por cá. Basta ver-mos o primeiro computador portátil português que afinal é um Intel.

Mas mais grave do que esta mentira que passam a verdades jornalísticas, é ver isto acontecer em relação à história. Hoje a história têm pouco a ver com a verdade. É escrita de maneira ideológica.

Nas escola aprende-se que Álvaro Cunhal foi um defensor da Democracia, quando qualquer pessoa com mais de 50 anos sabe que ele era um feroz defensor da implementação do Comunismo pela força.

Aprendemos que Estaline é um paladino da liberdade, quando de facto foi um dos maiores genocidas das história.

Aprendemos que o Império Austro-Hungaro era mau, quando na realidade era um Império democrático, com um parlamento onde estavam representados os vários países que o constituíam.

Ensina-se na Escola que a Primeira Republica trouxe a democracia, quando afinal trouxe dezasseis anos de ditadura revolucionária e uma perseguição religiosa sem precedentes.

Toda a gente sabe que Maria Antonieta disse que se o povo não tinha pão que se lhe dessem brioches. Ninguém parece preocupado com o facto de que a única fonte histórica de tal acontecimento ser folhetins revolucionários.

É sabedoria comum que a Inquisição causou o terror em Portugal. Basta consultar os arquivos da torre do Tombo para verificar que a Inquisição era um tribunal muitos mais brando que os tribunais civis.

Ninguém duvida que na Idade Média se pensava que a terra era plana. Ninguém se lembra que Carlos Magno, Imperador do Género Humano (como era tratados os imperadores romanos) é representado sempre com um globo terrestre na mão.

Qualquer romance histórico fala de como na Republica Romana a homossexualidade era comum, de como César e Augusto foram amantes. Na verdade a homossexualidade em Roma era desprezada e não há dado histórico nenhum que indique que Augusto tivesse essa tendência. Quando a César, há uma acusação política, que ele sempre desmentiu, de que teria ido para a cama com o Rei da Bitinia quando era jovem.

Por fim, e esta lista é tudo menos exaustiva, é ensinado nas escola que a homossexualidade era vista pelos Gregos como uma forma superior de amor. Mentira, mais uma vez. A pedofilia homossexual era bem vista pelos gregos. Contudo era de mau tom continuar a ir para a cama com uma rapaz quando ele começasse a ter barba.

É preciso mais do que nunca ser capaz de discernir aquilo que é notícia e aquilo que nos é apresentado como história. Pois cada vez mais a verdade é indiferente.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Um pai.

Hoje cumprem-se trinta anos sobre a ordenação do Padre João Seabra. Há muitos coisa para se falar quando se fala do Padre João: a sua inteligência, a sua eloquência, o seu refinado sentido do humor, a sua vasta cultura (sobretudo histórica), etc.

Mas aquilo que de facto me toca é a sua paternidade. O amor com que olha para cada uma daqueles que Cristo coloca diante do seu caminho. O amor com que olha para mim e para o meu destino. O modo como nos ajuda a colocar de modo mais justo diante de Cristo.

Mas sobretudo, impressiona-me a certeza do Padre João de que o que salva realmente é a misericórdia de Cristo. Daí a sua insistência, com que nós tantas vezes brincamos, em confessar toda a gente.

Lembro-me que quando fomos às Jornadas Mundiais da Juventude o Padre João passou dez dias sempre a confessar. Foram centenas de jovens que ele confessou: portugueses, italianos, espanhóis e até um ou outro alemão.

Deixo aqui um artigo, que encontrei via Povo, do Professor César da Neves, sobre o livro que foi lançado nos 25 da Ordenação.

"Um padre

João Luís César das Neves

Diário de Notícias, 20031117

Já não se publicam sermões. Depois de os padres terem passado no século XIX à categoria de ervas daninhas, abandonou-se o hábito de publicar sermões. Assim se perde para sempre um dos fenómenos culturais mais influentes da nossa língua.

Todos os dias, em milhares de locais, se prega em Portugal sobre o sentido da vida, os juízos morais, as virtudes práticas. Este grandioso património evapora-se, enquanto os etnógrafos se esforçam, por outros lados, a recolher os menores indícios do que chamam «cultura». Mas, felizmente, ainda há excepções. Acaba de sair um volume de homilias de um sacerdote lisboeta (Directo ao Assunto, Lucerna, 2003).

O Padre João Seabra é uma figura conhecida da nossa intelectualidade. Mas o que ele é, é sempre e apenas como padre. A sua fama provém sobretudo da sua frontalidade. Num tempo em que a Igreja se sente minoritária, às vezes acossada e complexada, o Padre Seabra nunca pediu desculpa por ser quem é ou licença para se meter na vida de quem encontra. Conheço muitos padres santos, fervorosos e cativantes. Mas com a sua «desfaçatez na Fé» só sei de outro, um polaco chamado Karol Wojtyla.

Os sermões deste livro não são habituais. Primeiro são curtos. Depois são muito coloridos, com humor e actualidade. Em terceiro lugar são desarmantes. Citam no mesmo fôlego a Astrofísica e a Inquisição (p. 81), Gore Vidal e S. Ambrósio (p. 89), S. Pedro e Krushchev (p. 107), Loretta Young e o bom samaritano (p. 201-202).

Os temas são muitos, mas o assunto é sempre o mesmo. Em todo o livro se sente a sua linha condutora: uma paixão intensa numa fidelidade férrea pela pessoa de Cristo e pela vida da Igreja. Com exemplos divertidos e sínteses iluminantes, o autor vai sempre directo ao assunto. E o assunto é sempre a Fé.

O livro é, pois, uma notável mistura de catecismo, geopolítica, moral prática e história. Na clareza da argumentação, na contundência das comparações, sente-se o que tanto foi repetido nos milénios da Igreja: «Vieram para discutir, mas era--lhes impossível resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava» (Act 6, 9-10).

No meio aparecem frases brilhantes, tiradas geniais que não esquecem: «Toda a moralidade cristã se reduz a isto. Usar todas as coisas tomando nota da Luz da qual são feitas» (p. 125). «Porque quem resolve, nos momentos decisivos, pensar só pela sua cabeça acaba por pensar pela cabeça da opinião comum» (p. 190). «Para se renunciar à santidade é precisa uma disciplina de ferro, porque a santidade oferece-se a nós todos os dias»(p. 210). «Misteriosamente, os que estão no Inferno não estão lá presos. Estão lá porque não querem sair de lá (...) o seu castigo é esse ódio eterno ao bem» (p. 272). «A Europa é o nariz da Ásia. Se a Ásia se assoa, a Europa desaparece. (...) A Europa é o Cristianismo ou não é nada» (p. 277). «Meus amigos, meus irmãos, vivei cada instante como se fosse o primeiro instante, como se fosse o último instante, como se fosse o único instante» (p. 211).

É assim o autor. É assim este livro.

À questão principal, ele mesmo respondeu logo na sua primeira missa: «O bom gosto do nosso mundo perguntará, escandalizado, se eu me considero, então, detentor da única verdade. E eu respondo que não. Não sou detentor da verdade. Mas sou detido por Ela, sou possuído, conduzido, impelido e guiado por Ela. Não sou senhor da verdade, mas sou servo da Verdade» (p. 13). "

Yes we can

Ganhou Obama. Hoje a esquerda europeia rejubila e fala de um novo começo, um marco histórico. Os eleitores americanos já não são as bestas de há quatro anos, mas sim pessoas extraordinárias que elegeram um novo messias para a Presidente do Estados Unidos da América.

A mim parece-me uma vitória da política profissional. Um homem que nunca fez nada, que não apresenta um ideia, que mente, ganhou as eleições unicamente através de palavras ocas e de truques políticos.

O programa de Obama resume-se a umas quantas palavras: change, hope, yes we can. Há que reconhecer que é um belíssimo orador, mas ficam-se por aí as enormes qualidades do 44º Presidente.

Não me parece que esta eleição seja uma catástrofe, parece-me só que é uma pena. Pena que a democracia americana esteja a ficar parecida com a europeia.

domingo, novembro 02, 2008

Os nossos mortos.

Ontem foi dia de Todos os Santos. Nesse dia a Igreja celebra a memória de todos aqueles de quem nós não sabemos o nome, mas que tendo já partido deste mundo vêm a Deus face-a-face.

A solenidade de Todos os Santos ajuda-nos a relembra a vocação universal à santidade, à qual todos somos chamados através do baptismo.

Já hoje é dia de Fiéis Defuntos. O dia em que a Igreja relembra todos aqueles que tendo morrido, ainda estão no purgatório, à espera de serem acolhidos no Paraíso.

Serve este dia para nos lembrarmos dos nossos mortos e rezar por eles. Segundo uma antiga devoção da Igreja hoje pode-se ir a três missas.

Estas festas cristãs opõem-se com clareza a importação pagã que é o Hallowen. Enquanto pelas ruas os comerciantes aproveitam mais uma festa para vender, nas escolas começam a ensinar que 31 de Outubro é o Dia das Bruxas. Enquanto a Igreja celebra a misericórdia de Deus, que acolhe junto de si os Seus filhos, o mundo celebra o diabo, que quer condenar as almas.

Pedimos a intercessão de todos os Santos para que se mantenha a tradição cristã.