sexta-feira, novembro 30, 2007

O meu avô António

O meu avô faria hoje 91 anos se fosse vivo.

O que eu me lembro melhor do meu avô era a sua graça, a sua capacidade de gracejar com tudo até com a sua prória desgraça. Lembro me de ouvir dizer, depois de ter tido uma trombose que o impedia de andar, às senhoras que o vinham visitar "Desculpe não me levantar, mas tou entravadinho".

Há várias coisas que eu herdei do meu avô: o ser monárquico, miguelista, politicamente consevador mas não salazarista, sportinguista. Mas de todas as coisas que herdei do meu avô aquela que eu mais agradeço é a sua Fé, com que ele educou a minha mãe e com a qual a minha mãe me educou. Uma Fé simples e clara, que ele também explica nesta carta, que escreveu à minha avó, a minha mãe, aos meus tios, aos meus primos, aos meus irmão e a mim:

"Acredito em Deus, acredito que o Filho de Deus se fez Homem, sofreu por nós, morreu e ressuscitou. Acredito que tendo tomado para si, a remissão dos pecados dos homens, nos alcançou o direito à vida eterna, e prometeu esse mesma vida eterna aos que cressem n'Ele. Também por isso não temo a morte."

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